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sábado, 13 de fevereiro de 2010

Uma História... Ladroeira Futebol Clube


De pé, da esquerda para a direita
Anhuca, Paulo Neves, Agostinho Moura, Adriano Silva e Tónio Carneiro
Em baixo
Hilario, Roberto Bessa, Carlos Tacho, e Ilídio.

É do conhecimento público o gosto que desde muito jovem mostrei ter pelas colectividades. Ainda frequentava a primária e juntamente com o meu irmão, já organizava brincadeiras, jogos, farras e outros eventos para nós e para os nossos amigos.
Digamos que a nossa casa era uma espécie de ponto de encontro para a maior parte da juventude da Ladroeira.
Ao fim de semana e mesmo à semana depois das aulas (neste tempo a escola só funcionava de manhã ou de tarde) a malta encontrava-se ali para saber quais as actividades do dia. Desde jogar futebol, andar de bicicleta, jogos sem fronteiras, Índios e cowboys, zorras, corridas de arcos etc. etc. tudo era possível, quando estivesse a chover ficávamos na garagem do Zé Maria a jogar pingue-pongue, monopólio ou cartas. Certo, certo é que arranjava sempre alguma coisa para nos divertirmos.

Hoje vou apenas contar o nascimento do Ladroeira Futebol Clube.
Nós que passávamos a maior parte do tempo livre a correr atrás de uma bola no estádio das Bugalhas, sito no alto da Cerdeirinha, onde os eucaliptos também jogavam e as bugalhas punham à prova todo o nosso equilíbrio, porque não formar uma equipa com camisolas, treinador e tudo. Desta forma podíamos e tínhamos jogadores para isso, levar bem longe o nome da Ladroeira. Marquei uma reunião com a malta e decidimos formar o nosso clube. Depois de acordado o nome passou-se à formação do plantel mas, um grande problema surgiu a seguir… como arranjar um equipamento… não era como agora que se arranja um patrocinador e se consegue um equipamento com relativa facilidade. Naquela altura cada um tinha que comprar o seu… primeiro a camisola, depois os calções e mais tardes as meias e as chuteiras(só para alguns) …era um grande investimento e a malta não tinha dinheiro…
Alguém se lembrou que a equipa de Gração equipava à Vasco da Gama e que o equipamento tinha sido oferecido, por um senhor brasileiro de seu nome Miguelzinho Noronha, membro da direcção do clube brasileiro… fiquei de lhe escrever a pedir um equipamento mesmo que fosse velho. Nunca obtive resposta.
Passamos ao plano que nos restava, juntar dinheiro e depois ir à feira. Eu e o meu irmão não perdemos tempo fomos ao mealheiro e logo na primeira feira compramos 5 camisolas azuis iguais … (ficamos lisos sem a tia Elsa saber) … Feitas as contas o Ladroeira F.C. já podia iniciar a sua actividade oficial …
O Futebol nesta altura jogava-se em qualquer sítio, as balizas tanto podiam ser duas pedras como dois postes de pau, o campo podia ser inclinado ou ter obstáculos e o nº de jogadores em campo era de acordo com o número de jogadores disponíveis. Por isso com 5 camisolas iguais, mais as do guarda-redes (qualquer uma servia) já podiam ter em campo 6 jogadores. Nas substituições o jogador que entrava vestia a camisola do que saía. Quanto ao restante equipamento cada um usava o que tivesse… Fizeram parte desta temível equipa os manos Marçal, o Filipe Neves, o Zeca do Joãozinho, o Tónio Bessa , os manos Zé Manel e Artur, os manos Aníbal e Tónio Sousa, o Tónio Gabriel, o Nispo o Nel Cardoso, o trio dos prontos Nel, Anhuca e China e sei lá quem mais. Jogávamos contra o Carreiros, Feirão, Gração, Sobrado, Frutuária, Vila Verde, etc. Claro que o grande jogo era sempre contra o Carreiros, com muita assistência no Largo de São Lourenço e muita luta e polémica à mistura. No final fazíamos as pazes e marcávamos novo encontro.
Que saudade deste tempo… não havia consolas nem computadores, a malta juntava-se para tudo…era uma loucura.
Mas continuando quero que saibam que aos poucos lá compramos mais camisolas, calções e meias a rigor, até termos um equipamento completo. Podem não acreditar mas as camisolas ainda hoje existem…estão guardadas na Casa da tia Elsa.
Os últimos que as usaram estão na fotografia em cima. Participamos num torneio em Fornos e fomos eliminados nas feias finais pelo Castelo (Equipa dos Picões) por falta de comparência, isto porque… nos marcaram um jogo as 16:00 da tarde no campo da Cepa… Chegamos às 15:30 depois de uma caminhada da Ladroeira até Fornos e organização comunicou-nos que o jogo tinha sido marcado para as 15:00. Ficamos indignados, éramos sem dúvida a melhor equipa e por isso o Castelo não aceitou jogar… tiveram medo... Enfim …coisas do apito prateado… que não se esquecem…

Muitas histórias do Futebol Clube da Ladroeira ficam à espera de ser contadas…

Para terminar, peço-vos que me e ajudem a descobrir dois dos últimos craques a dignificar as tão honradas camisolas.
Enigma resolvido por Helder Maneca...Obrigado

Nel Marçal

2 comentários:

  1. os jogadores que faltam Hilario e Roberto Bessa ass: Helder Freitas

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  2. Boa Helder... e muito obrigado...penso que ia acabar por chegar ao Hilario agora ao Roberto...nunca mais.
    Aparece mais vezes e ajuda a divulgar este blog... e como bairrista que és, envia material para publicar...desde que seja sobre Bairros ou sobre os feitos dos bairrista (como tu no hoquei) eu publico... abraço

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