Se deseja divulgar algum evento, grupo, associação, recordar alguma história ou algo mais que dignifique a nossa freguesia, contacte-me através do tlm 966483371 ou para bairros.terradeencantos@gmail.com

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Puro Bairrismo - Equipa de Atletismo

Que dizer desta Equipa que tantas alegrias e prémios nos proporcionou...
Todos estes atletas nos encheram de orgulho mas, há um que se tornou um símbolo, não só de Bairros mas de todo o Concelho de Castelo de Paiva.

O grande Carlos Silva, campeão Nacional e Ibérico... homem de muita humildade e coragem.

És o maior Carlos, a nossa Associação tem muito orgulho em teres vestido a nossa camisola.

De salientar também o trabalho desenvolvido pelos dirigentes em prol desta e de outras equipas assim como, o apoio sempre presente de muitos Bairristas e simpatizantes (em especial fica uma referência a dois saudosos amigos já desaparecidos presentes nesta e em muitas outras fotos deste blog).

Peço aos Leitores que comentem e acrescentem o que acharem importante nesta e em todas as outras postagens... conto com todos os bairristas... obg

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Filhos de Bairros... Hélder Maneca - Treinador do Hoquei Clube Paivense

Um jovem bairrista no mundo do hóquei

Esta história começa no já distante ano de 1996, num dia de primavera um grupo de jovens chega ao pavilhão municipal logo pela alvorada com um objectivo: aprender a andar de patins. A euforia tomava conta de nós, era uma experiência nova e a oportunidade de fazer algo pouco comum em Castelo de Paiva e em jovens com a nossa idade. Após vários meses e várias quedas (algumas aparatosas) lá conseguimos ganhar equilíbrio em cima daquela engenhoca, ao ponto de formarem uma equipa de “putos” que a uns meses atrás nem sabiam o que era uns patins. Os primeiros treinos correram com alguma timidez e com alguma comédia, quando nós dizíamos que os nossos colegas estavam em fora-de-jogo!!. Após estas peripécias lá começou o campeonato, contra a Oliveirense, e não é que os putos ganharam o jogo! Jogo após jogo o grupo foi ganhando qualidade e maturidade criando uma equipa capaz de fazer frente a qualquer adversário. Em 2002 a 1ª equipa de hóquei patins em castelo de Paiva chega ao fim, o hóquei entrava numa fase descendente da sua existência e isso acabou por também afectar a nossa equipa.


Em 2006 um dos jovens que fazia parte desse grupo é convidado para treinador de um grupo de jovens que tinha iniciado recentemente a prática desta modalidade, depois de ter a carta de treinador, deitou mãos ao trabalho e com os seus franzinos jogadores começou a criar uma equipa capaz de fazer esquecer a equipa que nasceu em 1996. Este jovem de quem eu falo é o Hélder “maneca”, um homem que adora o que faz e que se empenha muito por esta modalidade e que com maior ou menor dificuldade tem feito um excelente trabalho com estes putos, pois eles evoluíram muito e têm um bom futuro pela frente, se souberem aproveitar o que o seu treinador têm ensinado. É este mais um motivo de orgulho para bairros porque há poucos jovens que abdicam da sua vida para poderem ensinar estes putos a jogar hóquei e a terem espírito de equipa. Uma palavra também para aqueles que juntamente com o Hélder fizeram parte da 1ª equipa de hóquei e que pertencem a nossa freguesia, são eles: Marco Marçal, Fábio, Tiago Mourisco e Daniel Cardoso.
Postagem de Marco Marçal

Caros leitores, cá está a primeira postagem a chegar ao Bairros Terra de Encantos. Trata-se de um artigo que dá a conhecer o trabalho de um bairrista como treinador...
Parabens Hélder pelo teu trabalho... e obrigado ao Marco pelo texto e fotos disponibilizadas.
O Marco não deu a conhecer neste artigo, talvez por humildade que é treinador dos guarda-redes desta mesma equipa... não é pelo facto de ser meu sobrinho, que vou deixar passar este facto... por isso parabéns também para o Marco...
Para terminar, deixo estas fotos do meu arquivo.
A 1ª equipa de Hoquei de Castelo de Paiva, da qual me orgulho ter dado o meu contributo (Tal como o Zeca Maneca), nomeadamente como delegado ao jogo.

Equipa de 1996, em cima: Sr. Rui, Hélio, Rui Pedro, Tiago Mourisco, André, Bruno, Hélder e Mister Tó-Zé Neves; Em Baixo: Luis Lisboa, João Autarquia, Marco Marçal e Nuno Miau. Em Cima:Tiago Mourisco, Nuno, André e Fábio
Em Baixo:Marco Marçal, Helio, Hélder e Luís de Escamarão.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Notícia... Pé de Dança no You Tube


Mais um achado Bairrista no You tube, desta vez encontrei o Agrupamento Pé de Dança.Fiquei encantado e muito orgulhoso de ter um grupo desta categoria na nossa terra.
Aqui ficam dois videos dos diversos existentes na net desta banda.
Espero em breve publicar mais acerca dos Pé de Dança.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Uma História... Ladroeira Futebol Clube


De pé, da esquerda para a direita
Anhuca, Paulo Neves, Agostinho Moura, Adriano Silva e Tónio Carneiro
Em baixo
Hilario, Roberto Bessa, Carlos Tacho, e Ilídio.

É do conhecimento público o gosto que desde muito jovem mostrei ter pelas colectividades. Ainda frequentava a primária e juntamente com o meu irmão, já organizava brincadeiras, jogos, farras e outros eventos para nós e para os nossos amigos.
Digamos que a nossa casa era uma espécie de ponto de encontro para a maior parte da juventude da Ladroeira.
Ao fim de semana e mesmo à semana depois das aulas (neste tempo a escola só funcionava de manhã ou de tarde) a malta encontrava-se ali para saber quais as actividades do dia. Desde jogar futebol, andar de bicicleta, jogos sem fronteiras, Índios e cowboys, zorras, corridas de arcos etc. etc. tudo era possível, quando estivesse a chover ficávamos na garagem do Zé Maria a jogar pingue-pongue, monopólio ou cartas. Certo, certo é que arranjava sempre alguma coisa para nos divertirmos.

Hoje vou apenas contar o nascimento do Ladroeira Futebol Clube.
Nós que passávamos a maior parte do tempo livre a correr atrás de uma bola no estádio das Bugalhas, sito no alto da Cerdeirinha, onde os eucaliptos também jogavam e as bugalhas punham à prova todo o nosso equilíbrio, porque não formar uma equipa com camisolas, treinador e tudo. Desta forma podíamos e tínhamos jogadores para isso, levar bem longe o nome da Ladroeira. Marquei uma reunião com a malta e decidimos formar o nosso clube. Depois de acordado o nome passou-se à formação do plantel mas, um grande problema surgiu a seguir… como arranjar um equipamento… não era como agora que se arranja um patrocinador e se consegue um equipamento com relativa facilidade. Naquela altura cada um tinha que comprar o seu… primeiro a camisola, depois os calções e mais tardes as meias e as chuteiras(só para alguns) …era um grande investimento e a malta não tinha dinheiro…
Alguém se lembrou que a equipa de Gração equipava à Vasco da Gama e que o equipamento tinha sido oferecido, por um senhor brasileiro de seu nome Miguelzinho Noronha, membro da direcção do clube brasileiro… fiquei de lhe escrever a pedir um equipamento mesmo que fosse velho. Nunca obtive resposta.
Passamos ao plano que nos restava, juntar dinheiro e depois ir à feira. Eu e o meu irmão não perdemos tempo fomos ao mealheiro e logo na primeira feira compramos 5 camisolas azuis iguais … (ficamos lisos sem a tia Elsa saber) … Feitas as contas o Ladroeira F.C. já podia iniciar a sua actividade oficial …
O Futebol nesta altura jogava-se em qualquer sítio, as balizas tanto podiam ser duas pedras como dois postes de pau, o campo podia ser inclinado ou ter obstáculos e o nº de jogadores em campo era de acordo com o número de jogadores disponíveis. Por isso com 5 camisolas iguais, mais as do guarda-redes (qualquer uma servia) já podiam ter em campo 6 jogadores. Nas substituições o jogador que entrava vestia a camisola do que saía. Quanto ao restante equipamento cada um usava o que tivesse… Fizeram parte desta temível equipa os manos Marçal, o Filipe Neves, o Zeca do Joãozinho, o Tónio Bessa , os manos Zé Manel e Artur, os manos Aníbal e Tónio Sousa, o Tónio Gabriel, o Nispo o Nel Cardoso, o trio dos prontos Nel, Anhuca e China e sei lá quem mais. Jogávamos contra o Carreiros, Feirão, Gração, Sobrado, Frutuária, Vila Verde, etc. Claro que o grande jogo era sempre contra o Carreiros, com muita assistência no Largo de São Lourenço e muita luta e polémica à mistura. No final fazíamos as pazes e marcávamos novo encontro.
Que saudade deste tempo… não havia consolas nem computadores, a malta juntava-se para tudo…era uma loucura.
Mas continuando quero que saibam que aos poucos lá compramos mais camisolas, calções e meias a rigor, até termos um equipamento completo. Podem não acreditar mas as camisolas ainda hoje existem…estão guardadas na Casa da tia Elsa.
Os últimos que as usaram estão na fotografia em cima. Participamos num torneio em Fornos e fomos eliminados nas feias finais pelo Castelo (Equipa dos Picões) por falta de comparência, isto porque… nos marcaram um jogo as 16:00 da tarde no campo da Cepa… Chegamos às 15:30 depois de uma caminhada da Ladroeira até Fornos e organização comunicou-nos que o jogo tinha sido marcado para as 15:00. Ficamos indignados, éramos sem dúvida a melhor equipa e por isso o Castelo não aceitou jogar… tiveram medo... Enfim …coisas do apito prateado… que não se esquecem…

Muitas histórias do Futebol Clube da Ladroeira ficam à espera de ser contadas…

Para terminar, peço-vos que me e ajudem a descobrir dois dos últimos craques a dignificar as tão honradas camisolas.
Enigma resolvido por Helder Maneca...Obrigado

Nel Marçal

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Filhos de Bairros... Fábio Vieira no F.C.Porto

Cá está mais um motivo de orgulho para Bairros...
o nosso Fábio Vieira integra a equipa médica do F.C. Porto na modalidade de Basquetebol.

Parabéns Fábio

Aos visitantes do Bairros Terra de Encantos recomendamos uma visita ao blog do Fábio. Para além de poder acompanhar o percurso Profissional deste nosso conterrâneo, pode também enriquecer os seus conhecimentos em medicina.
Nota: Foto e postagem retirada do blog de Fábio Vieira

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Puro Bairrismo... Foto de Grupo - Jogos Desportivos


Aqui está um foto que dá orgulho mostrar. Tanta gente em torno de uma mesma causa, unidos pelo mesmo símbolo. Nela podemos ver novos que já são velhos, crianças agora adultos, carecas que eram cabeludos, casados que já foram solteiros, alguns saudosos bairristas... infelizmente já desaparecidos.
De tudo o que mais sobressai são os rostos estampados de alegria e orgulho.

Viva Bairros

Nota: Dentro das regras deste blog, comente esta foto, diga o que vê nela que lembranças lhe traz à memória e se conseguir o ano em que foi tirada.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Uma História... A nossa bicicleta


Ninguém imagina o que eu e o meu irmão Adriano tivemos que “lutar”, chorar e chatear o meu pai para que ele nos desse uma bicicleta. Foram meses e meses de luta constante, de chantagem emocional e de birras à mesa em troca de não sei quantos berros, bofetadas e castigos. Certo dia eis que cansado de mil batalhas, o Zé Maria resolve dizer sim... Que alegria...o coração parecia não caber dentro do peito. A minha mãe aflita como só ela e a tia Rosa do Maneca retorquiu logo :” arranjaste a bonita vais ser para andarem por aí nas estradas a consumirem-me a cabeça...”.Nós , com medo que o meu pai voltasse a trás na decisão fizemos logo ali uma promessa ...Ó mãe nós só andamos nos montes e quando você deixar...
Nessa noite eu e o meu irmão mal conseguimos dormir de tanto pensar na bicicleta prometida. Porém os dias iam passando e não havia forma do sonho se tornar realidade. Até que no dia 18 de Fevereiro desse ano, aniversário do meu irmão o meu pai chega a casa com uma bicicleta de corrida, cinzenta metalizada roda 24. Qual bolo qual carapuça, nem parabéns nem nada, foi todo o dia a dar ao pedal no espaço de 100 m, para a frente e para trás à vez com a tia Elsa a vigiar, não fosse o diabo tecê-las. A minha irmã ficou triste e tinha razão, afinal ela também era filha mas, naquele tempo as raparigas não andavam de bicicleta. Só lhe restava esperar pelos seus anos para receber uma boneca.
Devo dizer que nesta altura uma bicicleta para os dois era muito bom pois na nossa aldeia (Ladroeira) com a nossa idade, poucos tinham tal privilégio. Por vezes ambos queria-mos andar ao mesmo tempo pelo que acabava-mos a guerrear, lá tinha a tia Elsa que intervir, muitas vezes apreendendo a bicicleta como castigo. No geral lá fomos conseguindo negociar um com o outro a sua utilização.
Os rapazes da aldeia tinham o costume de se concentrar junta a nossa casa, era ali que se decidia o rumo dos acontecimentos, jogar à bola , “cowboiadas”, jogos sem fronteiras, monopólio, cartas e agora também passeatas de bicicleta pelos montes e vales, visto que a estrada estava proibida sob pena se perder a respectiva. É obvio que o grupo dos ciclistas era muito reduzido, só tinha bicicleta quem as herdara dos pais, dos avós ou irmãos mais velhos, quando estes por força do trabalho precisaram de comprar uma motorizada e não a deixaram à troca. Como a malta era unida cada um levava consigo um outro no “sport”. Eu e meu irmão como se adivinha co-proprietários da mesma bicicleta montava-mos os dois na nossa, trocando de quando em vez a pilotagem. Esta situação manteve-se até ao dia em que montados na mesma bicicleta encontramos o tio Américo, irmão do nosso avô que nos disse: “Ó rapazes isso assim não tem jeito nenhum ainda vos aleijais os dois... quereis uma bicicleta?” Huuum...” quereis ou não?”... nós um pouco tímidos respondemos ...siiiiim....”Pronto venham cá”...Entramos com ele na loja e lá estava ela pendurada, preta travões de alavanca roda 28. Parecia mentira... tantos anos para conseguir uma e um mês depois já tínhamos outra de mão beijada e sem pedir nada a ninguém. Desde esse dia tudo se tornou mais fácil para mim e para o meu irmão, quando nos apetecia andar de bicicleta não era preciso esperar a nossa vez, no entanto há uma coisa que sempre se manteve, a sociedades da nossa primeira bicicleta
Aos fins de semana as passeatas de duas rodas tornavam-se cada vez mais longas e interessantes, a minha mãe via-nos sair para os montes como era sua imposição e convencida que lhe obedecíamos lá ficava mais ou menos descansada. Nós tratantes como todos os moços da nossa idade, dos montes saltava-mos às estradas e percorria-mos quilómetros e quilómetros a pedalar.
como era divertido um grupo de amigos em pelotão, ávidos de aventuras tal qual os nossos heróis “Pequenos Vagabundos” e” os Cinco” à procura sabe-se lá de quê. Chegava-mos a ir à Senhora da Mó – Arouca.... (hoje só de pensar já me sinto cansado...) e as nossas escapadelas ao Rio, (outro local proibido para os manos Marçal)...que saudade... e os campeonatos realizados a ver quem conseguia dar o melhor tombo de bicicleta...que loucura... e as vertiginosas corridas de Santo Adrião à Ladroeira... que adrenalina... e as idas à Mó Real jogar futebol contra os grandalhões, alguns pais de filhos que se zangavam porque os fedelhos que faziam perto de 10 quilómetros a subir ainda tinham força para lhes ganhar...há raça... nada nos cansava ...e a melhor de todas as peripécias, pelo menos a mais engraçada:
A minha mãe mandou-me à Venda do Toninho comprar Broa, arreliado saí de casa a resmungar sozinho ...mas, por que é que tenho de ser eu... porque não vai a Lena ou o Adriano... O China ou melhor o Quim da Tia Rosa Pronta que estava junto ao nosso portão ouviu-me e logo se ofereceu para ir no meu lugar, desde que lhe deixasse levar a bicicleta. Eu aceitei e ele lá foi todo contente... Quando estava-mos almoçar sentimos que a broa estava cheia de terra e areia. A minha mãe ficou furiosa comigo e acertou-me o pêlo sem que eu soubesse o que dizer. Depois do almoço quando pegava na bicicleta, reparei que ela tinha uma roda feita num oito. Fui ter com o China e ele contou-me que a saca da broa se enfiara nos raios, levando-o a um grande trambolhão que resultou num dente partido. Depois para eu não descobrir pôs a broa junto ao portão e a bicicleta na garagem. Lá fiquei com o prejuízo mas não perdi o amigo...
Claro que sobre as bicicletas muito mais teria que contar, basta ter em consideração que não havia um dia que elas não rolassem, porém talvez noutra altura me dê para escrever mais sobre a sua importância na minha infância feliz .... Por agora fico na nostalgia de um passado que já não voltará mais.


Nel Marçal
"memórias de uma Infância feliz"